O Projeto Coleção Osteológica Luís Lopes consistiu num estudo cego, para o qual foram realizadas quatro aproximações faciais com base na análise e interpretação de quatro crânios (A, B, C and D) provenientes da Coleção Osteológica Luís Lopes do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, da Universidade de Lisboa.

A Coleção possui fichas individuais de identificação que, no caso dos indivíduos selecionados, incluem os respetivos retratos antemortem. Estas imagens foram reveladas somente após a conclusão das aproximações, proporcionando a rara oportunidade de se avaliar o grau de exatidão das faces construídas, através de comparação direta entre as aproximações e as fisionomias originais, e de um questionário criado com propósito de analisar a capacidade das mesmas estimularem a identificação correta dos respetivos indivíduos. Os resultados sugerem que o crânio é, em certa medida, a estrutura-mãe responsável pelo carácter único de cada rosto e que é possível elaborar-se uma fisionomia suficientemente próxima da original, que permita desencadear os processos de reconhecimento.

Os seguintes vídeos resumem as principais etapas da elaboração das aproximações: (1) restauro dos fragmentos ósseos e remodelação das áreas em falta; (2) estudos preliminares bidimensionais; (3) modelação dos principais grupos musculares da cabeça; (4) demarcação dos limites externos do rosto pela aplicação de marcadores de profundidade dos tecidos moles; (5) dedução dos caracteres aparentes através do recurso a metodologias próprias; (6) comparação final com os retratos antemortem de cada indivíduo.